Sinfônica da Unicamp homenageia o grande músico brasileiro Radamés Gnattali
A Orquestra Sinfônica da Unicamp (OSU) entra no circuito das homenagens ao grande compositor brasileiro Radamés Gnattali (1906/1988) – lembrado, em 2012, pelos 25 anos de morte -, com concerto especial nesta quarta-feira (20), no Teatro Castro Mendes, em Campinas. Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10.
Sob a batuta do maestro espanhol Octavio Más-Arocas – regente participante do programa do Artista Residente – uma parceria entre o Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural (Ciddic) da Unicamp e o Departamento de Música do Instituto de Artes – e solos do violinista Artur Huf, a OSU interpreta o Concerto para violino nº 3, de Gnattali. Para encerrar a noite, a Sinfonia nº 2, de Johannes Brahms (1833/1897), uma das mais importantes (e populares) do repertório sinfônico.
Radamés Gnattali é um arquiteto dos sons, compara o solista Artur Huf. “A obra dele erudita é extensa, brilhante. Ele valoriza a orquestra que se soma ao solista num desenho virtuosístico”, completa o violinista.
Mesmo com mais de sete décadas dedicadas à música, Radamés dizia-se incapaz de defini-la. Ele dizia ser “uma arquitetura de sons que não dá pra explicar”, conta o solista.
Radamés Gnattali foi contemporâneo de compositores como Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Anacleto de Medeiros e Pixinguinha. Na década de 1970, Radamés teve influência na composição de choros, incentivando jovens instrumentistas como Raphael Rabello, Joel Nascimento e Mauricio Carrilho, e para a formação de grupos de choro como o Camerata Carioca. Também compôs obras importantes para o violão, orquestra, concerto para piano e uma variedade de choros.
Em 1983, recebeu o prêmio Shell na categoria música erudita, concedido por unanimidade, ocasião em que foi homenageado com um concerto no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que contou com a participação da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro, do Duo Assad e da Camerata Carioca.
Artur Huf
Nascido em Santa Catarina, iniciou seus estudos com Afonso Krieger, continuando com Reinhold Sigwalt, Jacob Streithorst, Berenice Liedke, Moacir Del Picchia e Alberto Jaffé. Durante sua carreira, foi discípulo de Chaim Taub (Israel), Nicolas Chumachenko (Alemanha), Cecília Guida (Argentina – Brasil), Paulo Bosisio (Brasil) e Cláudio Cruz (Brasil).
Na Unicamp cursou a faculdade de Regência. Foi maestro assistente da Sinfônica de Campinas em 2003 e 2004, estando à frente também da Sinfônica da Unicamp em diversos concertos. Em 2005 fundou a Filarmônica Brasileira, da qual é maestro titular e diretor artístico.
É spalla da Sinfônica de Campinas e da Sinfônica da Unicamp. Como solista, apresentou-se com a Sinfônica de Americana, Sinfônica da Unicamp e Sinfônica de Campinas.
Em sua carreira destacou-se ainda o trabalho com o Quarteto Darcos, com o qual ganhou vários prêmios, gravou um CD da obra camerística de Carlos Gomes, e realizou turnês na Argentina, México e Estados Unidos.
Ë convidado permanente da OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), onde realizou vários concertos, gravações, e as turnês EUA (2009), e Europa (2010).
Em 2010, fundou o grupo ArsBrasil, voltado para a música de câmara brasileira, com o qual lançou em CD o álbum triplo “Henrique Oswald – Música de Câmara”, já um sucesso de crítica, sob patrocínio da Petrobrás. No mesmo ano realizou a primeira turnê brasileira do grupo.
Serviço
Concerto
Orquestra Sinfônica da Unicamp
Regência: Octavio Más-Arocas
Solistas: Artur Huf (violino)
Quando: 20/02 (quarta-feira)
Horário: 20h
Local: Teatro Castro Mendes (Praça Correa de Lemos, s/n. Vila Industrial. Campinas). Telefone: (19) 3272.9359.
Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia).
Programa:
Radamés Gnatalli – Concerto para violin n.3
Johannes Brahms – Sinfônia n.2, em ré maior, op. 73