Restrição ao uso de celular nas escolas. Prós e contras.
Por Debora Corigliano
Tudo em excesso faz mal” já dizia o filósofo grego Sócrates. E essa frase cabe muito bem quando falamos sobre o uso do celular por crianças e adolescentes. Esse tema tem gerado tantas discussões que foi necessário criar uma lei para restringir o uso dos celulares nas escolas.
Existem argumentos a favor e contra essa medida, mas vale ressaltar que essa geração é totalmente nativa digital, os pais incluíram precocemente as crianças nesse mundo. Vemos hoje que para a criança se comportar em um restaurante, ela fica o tempo todo assistindo vídeos, para não dar trabalho, ela fica na frente da TV ou computador.
Com isso apresentamos um mundo tecnológico, tirando dela a oportunidade de viver uma infância onde ela possa explorar além das telas o mundo ao seu redor. E é claro que isso seria levado para a escola. Como “tudo em excesso faz mal”, foi preciso instituir uma lei, pois apenas a orientação não deu resultado. Uma lei apenas não vai determinar a saúde mental dos nossos jovens, precisamos que aconteçam momentos de conscientização, motivação e estratégias práticas para que a lei seja cumprida e não burlada.
O que favorece o aluno a não usar o celular na escola, lembrando que a proibição é sobre o “ usar” e não sobre o “levar”. Ele poderá levar, porém deverá saber quando usar.
• Sem o uso do celular, haverá o incentivo a interação pessoal entre os alunos, e a diminuição do Cyberbullying e do assédio virtual.
• Aumenta o nível de concentração e do foco durante as aluas. Pois o aluno não terá o dispositivo em mão para se distrair durante as aulas.
• Será um treino para autonomia e responsabilidade. Pois o aluno precisará respeitar a regra e controlar a ansiedade.
Lembrando que o aluno tem direito a educação, a saúde, ao lazer, a dignidade e ao respeito. Diminuindo o tempo de uso do celular aumenta a chance de garantir esses direitos. Isso não impede que, sob supervisão do professor, conforme a lei, o uso do celular para fins pedagógicos seja usado durante o período escolar.
O que não é aconselhável que aconteça, é que haja a lei da compensação. O aluno ficou sem usar o celular na escola e com isso os pais liberem mais tempo de uso, não organizando com o filho, a rotina de estudo e de outras atividades. Outros países já colocaram essa lei em vigor e os resultados foram positivos. Vale a pena investir na saúde mental, física e psíquica dos alunos.
Como toda regra imposta, haverá um período de adequação, porém tanto a família como a escola, deverão alinhar seus objetivos com relação ao cumprimento da lei, deverão orientar o jovem sobre os benefícios e tentar de forma harmoniosa e saudável cumprir o que foi determinado.
Debora Corigliano é Psicopedagoga especialista em Neurociências da Educação.