Moda – Um padrão além dos estereótipos
por Andrea Jordão
A associação feita entre moda, roupa e aparência acaba ocasionando preconceito das pessoas em relação a tudo que remete a este universo. Isso acontece porque, na noção do senso comum, a roupa tem o poder de iludir, de fazer com que seja possível mudar a nossa aparência e nos tornar alguém quem não somos.
Para fugir destes conceitos equivocados, é preciso ir além do superficial e pensar na linguagem da roupa, sua implicação social e, principalmente, entender que a moda tem sua história e que sua origem também explica seu desenvolvimento.
Em um passado recente, mais especificamente na Primeira Guerra Mundial, a mulher passou a assumir o papel de responsável pelo lar, enquanto os maridos lutavam nas trincheiras. Posteriormente, elas foram trabalhar nas indústrias bélicas, criando a necessidade de roupas com novos moldes para tornar a vestimenta mais prática. Suas saias, então, foram cortadas e deu inicio a moda da saia até o comprimento da canela.
A moda acontece com as transformações sociais e a partir das necessidades de personagens reais. Se acompanharmos toda a evolução das vestimentas, notamos nitidamente que a moda acompanha as mudanças à sua volta e as pesquisas de tendência são feitas com base no comportamento da sociedade. Por exemplo, hoje, a moda se depara também com a evolução tecnológica e busca a valorização da autoestima, autoimagem e das tribos. E como é possível acompanhar todas estas mudanças sem perder sua identidade?
Para estar na moda de verdade, antes de tudo, devemos no conhecer, saber quem somos. Isso vale tanto para nosso corpo e estilo quanto nossa atitude e personalidade. Está na moda quem consegue aceitar como é e, a partir daí, encontrar os acessórios, roupas e ideias que combinem com sua personalidade.
Muitas pessoas se consideram “fora dos padrões”, mas o que muitos não percebem é que fora dos padrões são as modelos de passarela. O trabalho delas é mostrar as roupas ao público, o que as tornam nossa vitrine, e é por isso que elas são chamadas de manequins. O padrão é você, do jeito que você é.
Nós somos o público alvo da marca em que elas vestem e é por isso que os grandes estilistas, por mais que tenham uma criatividade mirabolante, costuram, criam e comercializam o produto deles para nós, pessoas comuns, de diferentes biótipos, estilos e preferências.
Por isso, a melhor maneira de estarmos em sintonia com a moda, é nos conhecendo bem e considerar que nós é que somos as modelos reais. Por isso, conversar como nosso corpo, se atentar as nossas projeções, saber a linguagem da roupa que estamos vestindo é muito importante. O que a roupa diz a seu respeito? É essa comunicação entre você e a sua moda, – aquela que realmente te deixa à vontade e revela quem você de fato é – que permitirá que você seja enxergada pela sociedade muito além que um mero estereótipo.
A moda é mais simples para quem conhece seu estilo.
Andrea Jordão
é Consultora de Imagem e Comunicação.
atendimento.andreajordão@gmail.com