Educação Financeira também se dá nas escolas
Por Eli Borochovicius
Barão Geraldo é um subdistrito da cidade de Campinas que abriga hospitais, indústrias, empresas comerciais e prestadoras de serviços além de reconhecidas universidades como a Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) e Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) bem como escolas qualificadas como o Centro Educacional Objetivo e o Colégio Rio Branco, dentre outros.
O decreto 7.397, de 22 de dezembro de 2010 instituiu a Estratégia Nacional de Educação Financeira, sinalizando a importância de tratar do assunto na idade escolar, mas passados dois anos de sua publicação, as escolas ainda não adotaram a disciplina de finanças, na grade curricular ou fora dela.
Às escolas são impostos os desafios das descobertas de novas tecnologias de ensino visando preparar o indivíduo para a vida. A educação financeira na infância permite que as crianças sejam adultos financeiramente responsáveis e pode auxiliá-las na construção de seus objetivos pessoais, de curto, médio e de longo prazo.
Diferentemente do que se pode pensar, o objetivo da educação financeira não é tornar crianças mercenárias ou gananciosas, mas, de acordo com a empresa The Money Camp (www.themoneycamp.com.br), “formar cidadãos conscientes, capazes de compreender e transformar a realidade, atuando na superação das desigualdades e do respeito ao ser humano”.
Os cursos de Educação Financeira trabalham com conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais e possibilitam também significativa melhoria na qualidade de aprendizagem geral do aluno, dado que, além dos temas ligados às finanças, é trabalhado o planejamento, autocontrole, organização e responsabilidade.
Os pais, que não puderam receber educação financeira e viveram a infância em um período de altas taxas inflacionárias e poucas opções de produtos financeiros, infelizmente não reconhecem a importância do tema e não cobram a direção das escolas quanto a este assunto, cada vez mais importante em uma sociedade globalizada.
Escolinha de futebol, luta, dança, música, línguas e informática já sofreram resistências e agora é a vez da educação financeira. Assuntos como inflação, impostos, taxas de juros, cartão de crédito e bolsa de valores já são temas que fazem parte da rotina das crianças e precisam ser discutidos na escola e em casa.
Aprender a planejar, analisar e controlar as finanças é importante para que a criança possa crescer com a consciência de que o dinheiro faz parte da vida dela e precisa ser bem administrado para evitar dissabores ao longo da vida e em especial, na aposentadoria.
Quanto maior o tempo de maturação do investimento, maiores são os montantes dado que os juros são exponenciais, assim, é recomendável que as crianças aprendam a poupar desde cedo, se aculturando com a necessidade do planejamento para a independência financeira.
O cenário econômico brasileiro vem sofrendo mudanças. Com a taxa básica de juros em queda e os atuais níveis dos índices de inflação, a poupança já não é um investimento recomendável, assim, conhecer os produtos disponíveis no mercado passa a ser uma necessidade e não mais uma alternativa.
Segundo Silvia Alambert, diretora executiva da empresa de educação financeira para escolas The Money Camp, “educar financeiramente é muito mais do que ensinar sobre dinheiro”.
Eli Borochovicius
Professor de finanças, empresário, palestrante e colunista.