História de Barão Geraldo
Biografia do Barão Geraldo de Rezende
Geraldo Ribeiro de Sousa Rezende, filho do senador Estêvão Ribeiro de Rezende, marquês de Valença, e de Ilia Mafalda de Sousa Rezende, Geraldo de Rezende recebeu a fazenda Santa Genebra como herança. Casou-se em 1876, com sua prima Maria Amélia Barbosa de Oliveira, filha do conselheiro Albino José Barbosa de Oliveira, proprietário da fazenda Rio das Pedras, e de Isabel Augusta de Sousa Queirós, filha do brigadeiro Luís António de Sousa Queirós. As duas fazendas, Santa Genebra e Rio das Pedras, deram origem ao distrito de Barão Geraldo, em Campinas, assim chamado em sua homenagem.
O Barão Geraldo de Rezende foi um grande produtor de café do Estado de São Paulo e também ficou conhecido por punir seus escravos pela menor desobediência. Foi amigo íntimo de D. Pedro II, exercendo na Corte o cargo de comendador da Ordem de Cristo. Foi vereador em Campinas entre 1883 e 1886, pelo Partido Conservador, e deputado geral do Parlamento Nacional, pouco antes da Proclamação da República.
Em decreto de 19 de junho de 1889, recebeu de D. Pedro II o título de Barão de Iporanga, que a seu pedido foi modificado para Barão Geraldo de Rezende. Após a Proclamação da República, retirou-se da vida política e passou a se dedicar apenas à cultura de café em sua fazenda, a Santa Genebra. Geraldo de Rezende ficou conhecido como o “Barão do Café”. Sua fazenda, na época, era considerada modelo de inovação, com maquinaria avançada e modernas técnicas agrícolas.
Os filhos e noras de Geraldo de Rezende moravam na corte ou em Paris, ele vivia apenas com a esposa Maria Amélia e teria se suicidado na sede da fazenda de sua propriedade em Campinas, em 1 de outubro de 1907. A versão popular da história conta que o Barão teria tomado veneno quando perdeu a fazenda Santa Genebra, em função de dívidas. Já a versão oficial, conta que o Barão faleceu devido a um colapso cardíaco ao ver a fazenda, a qual tinha dedicado parte de sua vida, ser tomada por hipoteca para saldar as dividas contraídas durante a construção da Estrada de Ferro Funilense, que ligava a atual cidade de Cosmópolis (antes Fazenda Funil) ao bairro Guanabara, em Campinas.
A fazenda Santa Genebra foi hipotecada pelo Governo Estadual, leiloada, adquirida pelo também fazendeiro senador Luiz de Oliveira Lins Vasconcellos e comprada posteriormente pelo seu irmão, o banqueiro Cristiano Osório de Oliveira, pai de José Pedro de Oliveira, casado com Jandyra Pamplona de Oliveira. José Pedro de Oliveira faleceu por tuberculose pulmonar, em 1935 , pois passava noites caçando pequenos animais na mata de sua fazenda Santa Genebra.
Família de Barão Geraldo de Rezende
Irmãos
O Barão Geraldo tinha como irmãos: o Barão de Rezende (Estevão Ribeiro de Souza Rezende) e o 2º Barão de Valença (Pedro Ribeiro de Souza Rezende), Barão de Lorena (Estevão Ribeiro de Rezende) e Luiz Ribeiro de Souza Rezende, capitão da Guarda Nacional e Cavalheiro Imperial. Tinha como tios pelo lado materno: o Barão de Limeira (Vicente de Souza Queiroz) e o Barão Souza Queiroz (Francisco Antonio de Souza Queiroz), ambos filhos do Brigadeiro Luiz Antonio de Souza.
O distrito
Barão Geraldo é um dos distritos da cidade de Campinas, estado de São Paulo, situado a doze quilômetros da área central, pela Rodovia General Milton Tavares de Souza (Tapetão). O distrito é um centro tecnológico, com importantes instituições públicas e privadas, como a Unicamp, FACAMP, Puccamp, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS), e abriga importantes centros hospitalares, como o Hospital de Clínicas da Unicamp, Sobrapar, e o Centro Boldrini, referência mundial no tratamento do câncer infantil. Também abriga grandes indústrias ligadas ao ramo de alta tecnologia, notadamente nos ramos de informática (HP e IBM) e de telecomunicações (Lucent, Motorola e Siemens).
O primeiro vereador eleito pelo bairro Barão Geraldo foi Guido de Camargo Penteado Sobrinho, comerciante local, proprietário do primeiro posto de combustível de Barão Geraldo ( Guido Shell). Ele foi um dos principais responsáveis, ao lado de Hélio Leonardi e de outros cidadãos de Barão, pela elevação do bairro a distrito de Campinas, em 30 de dezembro de 1953.
O bairro, antes de ser distrito, pertencia ao distrito de Santa Cruz, que compreendia quase toda a Região Norte de Campinas. Os nascimentos, casamentos e óbitos dos colonos das Fazendas da região de Barão Geraldo eram registrados no Cartório do Distrito de Santa Cruz, que funcionou no final do século XIX e inicio do século XX na rua Dr. Quirino, centro de Campinas. Atualmente, o Cartório Santa Cruz (2º Cartório de registros civis) funciona na rua Delfino Cintra, próximo a Maternidade de Campinas.
A área central do então povoado de Barão Geraldo era formado pelas propriedades dos senhores: Modesto Fernandes, Luiz Vicentin, Agostinho e Luiz Pattaro, José Martins e pela propriedade dos irmãos Mokarzel. Todas estas propriedades agrícolas foram adquiridas anteriormente do Senhor Plínio Aveniente, imigrante italiano. O Senhor Plínio comprou estas terras do Sr. Albino José Barbosa de Oliveira e depois as dividiu (loteou) em chácaras, dando origem à área central do bairro rural de Barão Geraldo. Mais tarde estas chácaras foram novamente divididas e vendidas pelos seus proprietários, formando os arruamentos e loteamentos do centro do bairro, hoje distrito de Barão Geraldo.
No bairro Guanabara, em Campinas, há uma rua Barão Geraldo de Rezende, onde está localizada a fábrica de chapéus Cury, e era a rua de entrada do antigo campo do Guarani Futebol Clube, conhecido também como “Estádio do Guarany (ou vulgo Pastinho) “.
O Barão Geraldo de Rezende mandou fazer uma avenida ligando a sede da fazenda Santa Genebra até o bairro Guanabara, em Campinas. Para evitar que o Barão, a Baronesa e os visitantes tomassem sol na travessia, nas laterais desta avenida foram plantados bambus, com lírios no meio. Todas a autoridades nacionais e internacionais, quando visitavam a sede da Fazenda Santa Genebra, passavam por esta avenida de bambus, que ainda existe na Fazenda Santa Eliza – Centro Experimental de Campinas, pertencente ao Instituto Agronômico.
Parte desta avenida de bambus pode ser vista até hoje em quase sua totalidade, olhando sobre a ponte Dr. Guilherme Campos, no cruzamento da rodovia D. Pedro I com a rodovia Milton Tavares de Lima, vulgo “Tapetão”. O bambuzal forma um caminho reto em direção ao bairro Guanabara. Diz o conto popular que o Barão Geraldo de Rezende construiu essa avenida de bambus para não cruzar com Albino José Barbosa de Oliveira, proprietário da vizinha fazenda Rio das Pedras, já que ambos não seriam muito cordiais um com outro.
Companhia Agrícola
A Companhia Carril Agrícola Funilense, que como o nome diz, tinha o propósito de transportar produtos agrícolas da região do Funil através de “carris” (trilhos) de ferro, foi fundada em 24 de Agosto de 1890, e teve o Barão Geraldo de Rezende como primeiro presidente. Além do Barão Geraldo de Rezende, havia os sócios Luciano Teixeira Nogueira, José Paulino Nogueira, José Guatemozim Nogueira, Artur Nogueira, dentre outros, e os incorporadores, João Manoel de Almeida Barbosa¸ Francisco de Paula Camargo e José de Salles Leme.
O objetivo da ferrovia era fortalecer a economia cafeeira e canavieira da região, como da Usina Esther ( localizada na atual cidade de Cosmópolis), os núcleos coloniais e as fazendas e lavouras do norte de Campinas, fazendo o escoamento da produção através de ferrovias, pois o transporte era feito por tração animal ( carros de boi) e em estradas precárias, comprometendo a produção do açúcar e do café.
Os Nogueira conseguiram o apoio de Albino José Barbosa de Oliveira e do próprio Barão Geraldo de Rezende para a construção desta ferrovia. O contrato da companhia carril Funilense era de risco, e a principal exigência deste contrato, caso os proprietários não conseguissem saldar as dividas contraídas com o Estado, era perder a posse da linha férrea, que serviria como forma de pagamento (hipoteca).
Os trilhos da Companhia Carril Agrícola Funilense, começavam no bairro Guanabara, em Campinas, passavam na área central e bairros do atual distrito de Barão Geraldo (atrás da churrascaria Trevisan, acesso ao Terminal de ônibus, Praça 30 de dezembro, rua Maria Luiza Buratto Pattaro, canteiro central das ruas José Martins e Manoel Antunes Novo, lateral da rua José Martins, seguia até a Domasa-04 (Sanasa), na Vila Santa Isabel), passava pelo Bairro Betel (Paulínia), pela área central da cidade de Paulínia, seguia pela av. José Paulino, e onde estava a estação rodoviária, era o local exato da estação ferroviária – Estação José Paulino da Companhia Funilense. Os trilhos continuavam até a cidade de Cosmópolis, passando antes pelo bairro João Aranha, em Paulínia. A estação da fazenda Funil, atual cidade de Cosmópolis, era denominada de Barão Geraldo de Rezende.
Os trilhos da Companhia Carril Agrícola Funilense foram inaugurados em 18 de setembro de 1899. As várias estações ao longo do percurso desta ferrovia foram recebendo nomes de diretores e membros da própria Companhia: “Barão Geraldo de Rezende” (em Cosmópolis) , “José Paulino Nogueira” (em Paulínia), “João Aranha”, “José Guatemozin Nogueira” e “Artur Nogueira”, dentre outras que levaram o nome da fazenda onde estavam situadas: “Santa Genebra” (atual distrito de Barão Geraldo), “Deserto” ( Bairro Betel, em Paulínia) , “Santa Terezinha” e ” Engenho”. Os bairros onde estavam essas estações foram sendo conhecidos pelos mesmos nomes. A ferrovia nunca deu lucro, somente acumulou prejuízos, levando o Barão Geraldo e os outros sócios à completa falência.
A linha férrea, que atravessava o centro do atual distrito de Barão Geraldo, pertenceu à Cia. Carril Funilense de 1899 até 1921, depois foi vendida à Cia. Estrada de Ferro Sorocabana, que assumiu a ferrovia de 1921 até 1962. Em 1962 a linha férrea foi extinta e os trilhos foram arrancados, sem deixar vestígios por onde passavam. A linha férrea ia de Campinas, até a estação de Pádua Sales nas margens do rio Mogi-Guaçu (estação final). O Ramal ferroviário, denominado de Pádua Salles (entre as duas estações de Campinas a Pádua Sales) contava com 93 quilômetros de extensão. A Estação Santa Genebra passou a se chamar de Estação Barão Geraldo, após a morte do Barão Geraldo de Rezende, em 1 de outubro de 1907.
Quando havia quermesse em Barão Geraldo, festa em louvor a Santa Izabel, os maquinistas da locomotiva apelidada de “Maria Fumaça”, da Estrada de Ferro da Sorocabana (antes Cia Estrada de Ferro Funilense), que passava ao lado da antiga capela de Santa Izabel, já demolida, eram avisados pelos chefes das estações para diminuir a marcha e apitar constantemente, evitando o risco de atropelamentos ou queimaduras nos fieis, pois a locomotiva emitia fagulhas e muito vapor.
Lenda do Boi Falô
A Lenda
A lenda que originou a festa teve início na época da escravidão no Brasil e conta a história de um escravo que trabalhava na Fazenda Santa Genebra. Num dia santo, o capataz da fazenda ordenou que o escravo fizesse o transporte de cereais para a cidade, em carro de boi, mas o escravo relutou em obedecer, pois não era dia de trabalho e sim dia santo. Mesmo assim, por medo e humildade, o escravo obedeceu. Ao atrelar os bois, um dos animais recusou-se a seguir, e o capataz, enfurecido, açoitou violentamente o escravo. Repentinamente, o boi dobrou as patas dianteiras e disse, de forma aterrorizante: “Hoje é o Dia do Senhor”! O capataz, diante da cena, penitenciou-se e ajoelhou-se, já o escravo açoitado morreu como mártir e passou a proteger os que a ele recorrem.
Outra versão da lenda, conta que o escravo Toninho, forçado a trabalhar numa Sexta-feira Santa, obedeceu, mas chegando ao pasto o boi olhou para ele e disse: “-Toninho, hoje não é dia de trabalhar, hoje é dia de se guardar“. O escravo correu e contou o que havia sucedido e naquele dia ninguém trabalhou. O Barão, que era homem descrente, virou rezador e Toninho virou escravo doméstico, trabalhando dentro da casa até sua morte, quando foi enterrado ao lado do túmulo do Barão Geraldo de Rezende, por seus serviços prestados à família.
A Festa
Há controvérsias sobre a data exata da festa, pois enquanto alguns defendem ser a Sexta-feira Santa, outros defendem ser 6 de agosto, dia do Senhor Bom Jesus. A Festa do Boi Falô foi legalizada pelo governador Mário Covas, e passou a ser comemorada na Sexta-feira Santa, geralmente com uma macarronada que é oferecida a todos os habitantes da região.
Curiosidades
O antigo bairro Barão Geraldo, tinha um cinema (sala de projeção), que ficava atrás do atual Cartório de Barão Geraldo, um salão de bailes (hoje um ponto comercial, na Rua Horácio Leonardi- centro do distrito), um coreto musical e ainda um mini zoológico, com leões, pássaros de diversas espécies, e outros animais exóticos. Pertencia a Anízio Abrahão, ficava na av. Santa Izabel e foi extinto no início dos anos 80.
O Senhor Anízio Abrahão, dono do extinto mini zoológico de Barão Geraldo, tinha uma jipe da marca Rural, e toda vez que ele saia com esse veículo um corvo o acompanhava sobrevoando, servindo como seu “guarda-costas”. O corvo, na verdade, era o animal de estimação do Sr. Anízio.
A Lenda do Boi Falô é motivo de festa para muitos baronenses e para alguns políticos locais, mas no passado era motivo de grandes discussões e brigas, principalmente, no futebol local. Quando os times de bairros vizinhos jogavam em Barão, era só falar em tom de piada ou provocação sobre a Lenda do Boi Falô (ou da Terra do Boi Falô) que aumentavam as rivalidades dentro do campo e entre as torcidas.
No porão do antigo coreto musical, como não tinha local para prender os “brigões” e embriagados em Barão Geraldo, funcionava uma espécie de cadeia provisória até a polícia chegar. O coreto musical ficava entre as ruas Benedito Alves Aranha e Horácio Leonardi, no centro de Barão.
O ano da Inauguração do 7º Distrito Policial de Campinas, em Barão Geraldo, foi 1977. Até então, a policia tinha que sair do centro da cidade de Campinas até Barão, para atender a alguma ocorrência de roubo, furto etc. A sede era na esquina da Av. Modesto Fernandes com Av. Santa Isabel, centro de Barão Geraldo.
O melhor sorvete da região de Barão Geraldo na década de 50 era feito pela Sra. Rosalina Maria José Pacci, ou simplesmente D. Rosa como era conhecida, esposa do Sr. Nicola (Nicolau) Pacci. A sorveteria da D. Rosa funcionava junto com o bar do seu marido na Av. Santa Izabel.
O melhor pão da região de Barão Geraldo era feito pelo Sr. Zumiro Fernandes, filho do saudoso Sr. Modesto Fernandes. A panificadora do Sr. Zumiro, a primeira em Barão Geraldo, funcionava no centro de Barão Geraldo. Um dos primeiros padeiros foi o Sr. Pedro Ghidotti.
O primeiro barbeiro de Barão Geraldo foi Antonio Ferrari, que era sitiante local e, também, subdelegado de polícia do bairro. A barbearia de Antonio Ferrari, ainda na Av. Santa Izabel, é do filho Argemiro Ferrari, ou “Mirão” como é popularmente conhecido. Argemiro Ferrari foi ex-jogador do Clube Atlético Barão Geraldo.
Além da barbearia, Barão Geraldo tinha a farmácia Santa Terezinha de propriedade de Antonio Pierozzi, cuja direção foi assumida pelo filho: Antonio Carlos Pierozzi, o conhecido “Cacá da farmácia.
O primeiro time de futebol de Barão foi o Clube Atlético Barão Geraldo, fundado em 1935 por Helio Leonardi e seu irmão Orfeu, que era alfaiate, tendo o chefe da estação ferroviária de Barão Geraldo, Benedito Alves Aranha, como primeiro presidente.
Hélio Leonardi, filho de Horácio Leonardi, foi o primeiro Juiz de Paz de Barão Geraldo, função que exerceu durante 32 anos, de 1954 a 1986. O Juiz de Paz tem a prerrogativa legal de celebrar os casamentos realizados em um Cartório de Registros Civis, serviço não remunerado. Helio Leonardi também era ferreiro. A ferraria da família Leonardi ficava na av. Albino J. B. Oliveira, próxima uma agência do Banco Santander.
A primeira instalação de energia elétrica em Barão Geraldo ocorreu em 1935, por iniciativa particular de algumas famílias, precisamente no dia 6 de agosto. Somente em 1950 a energia elétrica chegou a toda população do já bairro rural. Em 1963 a água encanada chega a Barão. Quanto ao primeiro telefone, existia no armazém ( ou venda) da Família Mokarzel (telefone que funcionava com o famoso giro da manivela) instalado por volta de 1935. Mais tarde a família Mokarzel vendeu esse armazém com o telefone para a família Martins (que o denominou de Armazém São José) em dezembro de 1950. O Armazém ficava onde hoje há um ponto comercial na Av. Albino J. B. Oliveira.
Em dezembro de 1954 era instalado em Barão Geraldo, já como distrito de Campinas, o Cartório de Registros de Pessoas Naturais, tendo Guido de Camargo Penteado Sobrinho como escrivão e oficial maior, mais tarde sucedido pela filha. Ele era uma pessoa muito estimada no distrito e morou por algum tempo no antigo armazém da Estação Ferroviária de Barão Geraldo, que foi reformado. O antigo armazém ficava atrás do Centro de Saúde de Barão Geraldo e o Sr. Guido Camargo fazia projeção de filmes para a população.
A primeira escola em Barão Geraldo também funcionou na Estação Ferroviária da Companhia Estrada de Ferro Sorocabana (Estação de Barão Geraldo, como era conhecida), ao lado do Terminal de Ônibus de Barão. A escolinha funcionava de forma muito precária e não oficial. A primeira professora se chamava Alzira Aguiar de Oliveira Aranha, esposa do chefe da Estação Ferroviária, Benedito Alves Aranha.
A primeira Escola oficialmente reconhecida em Barão se chamava ESCOLA MISTA DA ESTAÇÃO BARÃO GERALDO. Mais tarde mudaria para Grupo Escolar de Barão Geraldo, em 1952, e em 1958 para Grupo Escolar Agostinho Pattaro, voltando a ser chamada Grupo Escolar Barão Geraldo e depois Grupo Escolar José Pedro de Oliveira. O Grupo Escolar José Pedro, hoje Escola Estadual José Pedro de Oliveira, fica perto do Terminal Rodoviário de Barão Geraldo. Até hoje essas mudanças de nomenclatura geram muita confusão, principalmente aos ex- alunos que estudaram no mesmo prédio da Escola Estadual Barão Geraldo ( antes, Ginásio Estadual). A documentação dos ex- alunos do Grupo Escolar Barão Geraldo está nos arquivos da Escola Estadual José Pedro de Oliveira.
O funcionamento do curso colegial, hoje ensino médio, em Barão Geraldo, ocorreu somente em 1975, na E.E.P.G. (Escola Estadual de Primeiro e Segundo Graus) “Barão Geraldo de Rezende”. Hoje a denominação desta escola, que completou 40 anos em 29 de outubro de 2002, é Escola Estadual Barão Geraldo de Rezende, centro do distrito de Barão Geraldo.
A primeira linha de ônibus ligando Barão Geraldo a Campinas começou a atuar em 1968. Antes o distrito era atendido por uma única linha, que ligava a cidade de Campinas a Cosmópolis e passava pelo distrito, em direção à Paulínia.
A primeira via asfaltada entre Campinas e Barão, em 1958, foi apelidada de “tapetão”. O “tapetão”, rodovia que liga Campinas às cidades de Paulínia e Cosmópolis e passa por Barão Geraldo, é denominada General Milton Tavares de Lima.
A primeira agência bancária em Barão Geraldo foi a do Banco Intercontinental do Brasil, em 1963. Antes da agência bancária o local era ocupado pela capela de Santa Izabel, que foi demolida no inicio dos anos 60.
O primeiro padre, em 1963, foi Livio Gabrielli, italiano da cidade de Arezzo, na Região Toscana, centro da Itália. Foi Pároco de 15 de setembro de 1963 à 15 de setembro de 1973, quando foi sucedido pelo padre Gilberto Edson Schneider, conhecido como “Padre Giba”. Durante a direção da paróquia pelo padre Gilberto Schneider foi construído o Salão Paroquial da Matriz Santa Izabel, em 1976/77, parte da construção viabilizada pela doação em dinheiro de algumas famílias e arrecadação em quermesses da Festa de Santa Izabel.
Barão Geraldo recebeu a visita da Rainha da Inglaterra, Elisabeth II, em 1968. A Rainha ficou hospedada na fazenda Estância Santa Eudoxia, próxima ao bairro Guará. O Imperador do Japão também esteve em visita à Colônia Tozan, que pertence ao território de Barão Geraldo.
O maior bairro em extensão territorial de Barão Geraldo, dos anos 40 até inicio dos anos 70 se chamava bairro Xadrez. O antigo bairro Xadrez englobava as propriedades agrícolas onde atualmente estão os bairros: Real Parque, Jardim São Gonçalo, Bosque de Barão Geraldo, Residencial Terra Nova, Parque Ceasa, Jardim Independência, Jardim América, Chácara Recreio Uirapuru e Chácara Recreio Barão, Residencial Burato, condomínio Bairro Alto, Moradia Estudantil da Unicamp e parte da Vila Santa Isabel, além da Rodovia Campinas Paulínia, que passa por Barão Geraldo, da antiga Empresa Agrícola Cargill (depois Monsanto) e chácaras existentes na Av. Dr. Eduardo Pereira de Almeida.
A Estrada das Jaqueiras passou mais tarde a se chamar rua do Xadrez e atualmente é denominada Rua Gilberto Pattaro e av. Dr. Eduardo Pereira de Almeida. Chamava-se de Estrada das Jaqueiras porque no final da mesma, na atual entrada do bairro Real Parque, tinha duas enormes jaqueiras.
A inauguração de um grande supermercado em Barão Geraldo aconteceu em 1975 – Supermercado Barão, de propriedade da Família Antonioli. Antes disso havia várias “vendas” (armazéns ou mercearias) no centro de Barão Geraldo, tais como Armazém do Sr. Paulo Lanza, Armazém São José, da família Martins (que antes pertencia aos irmãos Mokarzel), do Sr. Salomão Mussi. Uns dos primeiros pertenceu ao Sr. Francisco de Barros Filho, conhecido por “Chiquito”.
A Inauguração do Terminal de Ônibus de Barão Geraldo foi em 10 de Novembro de 1985, realizada pelo Dr. José Roberto Magalhães Teixeira, então prefeito de Campinas.
O primeiro campo de futebol de Barão Geraldo ocupava a atual quadra entre as ruas Luiz Vicentin (rua do Terminal e do 7º DP), Francisca Rezende Merciai e Horacio Leonardi. Havia, também um campo de boccia (pronuncia-se: botchia) na av. Santa Izabel. O jogo de boccia é um esporte tipicamente italiano, trazido pelos imigrantes durante o colonato das fazendas. O campo de futebol no centro de Barão Geraldo, Praça Orestes Quércia, foi inaugurado em 14 de outubro de 1974.
Havia um moinho de milho no inicio do século XX, onde atualmente é o Colégio Rio Branco (antiga escola alemã) em Barão Geraldo. Neste moinho, que pertencia à família Pavan, as pessoas que levavam o milho e o trocavam pelo fubá na mesma quantidade, em quilos.
Personagens ilustres ou folclóricos
Agostinho Pattaro
Agostinho Pattaro, sitiante e benfeitor do distrito. O Sr. Agostinho Pattaro, filho do Sr. Jerônimo Pattaro, foi o primeiro morador a lotear as terras de sua chácara em Barão Geraldo, no ano de 1943, seguido pelo Sr. Luiz Vicentin em 1947. Hoje este primeiro loteamento se chama Vila Agostinho Pattaro e compreende suas divisas desde a Escola Barão Geraldo de Rezende seguindo pela Av. Santa Izabel até as proximidades do Parque Residencial Burato e Recanto Yara.
O loteamento do Sr. Luiz Vicentin é o atual centro de Barão Geraldo, compreendendo a Igreja Matriz, salão paroquial, supermercado, bancos, lojas, papelarias etc. Depois vieram os loteamentos da Vila Santa Izabel, logo após do Sr. Manoel Antunes Novo, atual vila D. Ninoca (apelido de Maria Ferreira Antunes, sua esposa), loteamento do Sr. Modesto Fernandes ( atual Vila Modesto Fernandes), Luiz Pattaro ( atual Vila Luiz Pattaro), formando a área central do distrito de Barão Geraldo e bairros periféricos como a Vila Santa Izabel e Jardim América. Essa era a configuração da planta do distrito de Barão Geraldo em 1954, primeiro ano da condição político-administrativa como distrito de Campinas.
O aparecimento da Vila Luiz Pattaro em algumas plantas do distrito de Barão Geraldo aparece no inicio dos anos 60. A planta do distrito de Barão Geraldo em 1954 possui os seguintes bairros: Vila Agostinho Pattaro, Vila Luiz Vicentin, Vila Modesto Fernandes, Jardim Mokarzel, Vila D. Ninoca, Vila S. João, Vila Santa Izabel e Jardim América.
Luiz Vicentin
Luiz Vicentin – leiteiro, chacareiro e benfeitor do distrito. O Sr. Luiz Vicentin, imigrante italiano da província de Treviso (norte da Itália) e filho do Sr. Ângelo Vicentin e Antonia Avancini, casado em 1916 com Catharina Signori, era uma pessoa bondosa e honrada. Ele foi o doador do terreno para a construção da Igreja Matriz de Santa Izabel, na Rua Benedito Alves Aranha – arruamento Luiz Vicentin – centro de Barão Geraldo.
Na casa onde ele morou e foi demolida, funcionou por muito tempo a Casa de Repouso Bom Pastor, entidade que abrigava os doentes de câncer, e que funciona no Jardim Santa Genebra II, Rua Fernando Caselatto. A casa do Sr. Luiz Vicentin foi cedida à entidade pela sua família e ficava quase ao lado Igreja Matriz de Santa Izabel, na Rua Ângelo Vicentin esquina com rua Luiz Carlos Meneghetti, centro de Barão Geraldo.
Outros nomes
Albino José Barbosa de Oliveira ( filho) – “Sr. Binão” , fazendeiro e grande Benfeitor de Barão.
Alzira de Aguiar Aranha – primeira professora do vilarejo de Barão Geraldo.
Anízio Abrahão – dono do Mini – Zoológico de Barão Geraldo – figura muito popular.
Antonieta Ladeira – professora do grupo escolar da antiga Colônia Xadrez ( atual vila Santa Izabel).
Antonio ( Sr. Toninho) Pierozzi – farmacêutico.
Antonio (Toninho) de Souza – sub-prefeito década de 80.
Antonio ” Viramundo” – um dos primeiros moradores do Jardim América – carroceiro da fazenda Rio das Pedras.
Antonio Ferrarri ( Tonin) – 1º barbeiro, subdelegado de policia e sitiante local.
Benedito Alves Aranha – chefe da Estação Ferroviária de Barão Geraldo.
Celeste Vicentin – sacristão da antiga Capela de Santa Izabel (extinta).
Diamantino Lico – Seu Tino – consertava bicicletas e tinha uma oficina na Av. Santa Isabel.
Durval Pattaro – funcionário de escola pública no distrito, filho de Agostinho Pattaro e Maria Luiza Buratto Pattaro.
Francisco de Barros Filho – Seu ” Chiquito” – dono de Armazém e inspetor de quarteirão em Barão.
Guido de Camargo Penteado Sobrinho – 1º vereador, comerciante, dono do 1º posto de gasolina de Barão Geraldo e sitiante.
Helio Leonardi – ferreiro e Juiz de Paz do distrito de Barão Geraldo, até 1.986.
Irmãos Mokarzel ( Gibrael e Antonio) – donos de armazém ( Venda)
Jaime Alves – lutador pelas benfeitorias do Distrito.
João Buratto – colono da Fazenda Rio das Pedras e posteriormente sitiante.
João Leme – leiteiro, açougueiro e depois jornaleiro.
José Martins – sitiante e dono de armazém em Barão Geraldo.
Antonio José Vitachi – dono da beneficiadora de arroz e 1º cocheiro de Barão.
Juvenal – pipoqueiro que vendia perto das escolas do centro do distrito, década de 70.
Luiz Pattaro – sitiante e doador de terreno para construção da Escola de Barão Geraldo.
Manoel Antunes Novo – sitiante e pecuarista local.
Modesto Fernandes – chacareiro e Benfeitor do distrito.
Nicola Pacci – um incansável batalhador por Barão Geraldo.
Olympio Pattaro – subprefeito de Barão Geraldo na década de 70.
Orfeu Leonardi – alfaiate local, irmão de Helio Leonardi.
Padre Livio Gabrielli – primeiro pároco de Barão Geraldo (1963).
Paulo Lanza – dono de Armazém, popular Vendinha – Centro de Barão Geraldo e ex-subprefeito do distrito de Barão Geraldo – década de 50.
Pedro Ghidotti – padeiro.
Rosalina Maria José Pacci – senhora que fazia sorvete nas décadas de 50/60.
Antonio (Toninho) – “Carteiro”, ( já aposentado) com seu famoso assovio pelas ruas do distrito…
Álvaro Antonio Vitacchi – ex- industriário da Gessy Lever e dono da “pastelaria Vitachi”, filho do Sr. Antonio José Vitacchi.
Argemiro Ferrari – barbeiro e ex-jogador de futebol de Barão Geraldo, filho do saudoso Sr. Antonio (Tunin) Ferrari.
Francisco de Assis de Oliveira ( Seo Chico) – um dos primeiros moradores do Jardim América – B. Geraldo.
Lazaro de Campos Faria – Sr. Faria – atleta veterano ( corredor), ex – funcionário publico e ex-ferroviário, trouxe grandes benfeitorias para Barão Geraldo.
Ton Geuer – holandês e famoso artista de Vitraux artísticos.
Vitorino e Eugenio Martins – ex- proprietários de Armazém em Barão Geraldo, e que retrataram Barão Geraldo.
Zumiro Fernandes – ex-padeiro e ex – jogador de futebol, filho de Modesto Fernandes.
Sr. Silvio Olivério – ex- ferroviário e atual morador da Antiga Estação de Barão Geraldo.
“Nuto” Tilli – fundador da Floricultura Campineira em Barão Geraldo.
Ari de Salvo – ex- administrador da Fazenda Santa Genebra.
Benito Ramirez Sanchez – proprietário do Restaurante e bar – AULUS – Cid. Universitária ex-mordomo da Fazenda Rio das Pedras.
Atílio Vicentin – ex- subprefeito de Barão Geraldo e idealizador da Festa do Boi Falô.
Antonia de Salvo
Antonia Vicentin Leonardi
Maria Leonardi Pattaro
Sobrenomes de famílias Baronenses
- Adami
- Andreo
- Antoniolli
- Antunes
- Baldasso
- Barbieri
- Barbutti
- Barros
- Bonatto
- Botin
- Buratto (+ 100 a)
- Camargo Penteado
- Caselatto
- Dalbem
- Fantinatto
- Fernandes
- Ferrari
- Ferreira
- Fochi
- Furquin
- Geuer
- Grigol
- Lanza
- Leitão
- Leme
- Leonardi (+80 a)
- Maggi
- Martins (+80 anos)
- Meneghetti
- Meroni
- Miguel
- Moda (+80anos)
- Mokarzel
- Olivério
- Pacci
- Padovini
- Pattaro
- Pavan
- Pettirossi
- Pierozzi
- Ropelli
- Salvo
- Scavassi
- Signori
- Soprano
- Tilli
- Vicentin (+100a)
- Vitacchi
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