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Presidente Lula lança no CNPEM pedra fundamental do laboratório de biossegurança máxima Orion

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Projeto vai receber R$ 1 bilhão do Novo PAC e contempla também 2ª Fase do acelerador de partículas Sirius

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, visitou o campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) nesta sexta-feira (4), para o lançamento da pedra fundamental do Projeto Orion – um complexo de laboratórios para pesquisas avançadas em patógenos, com instalações inéditas no mundo. A previsão de investimentos é de R$ 1 bilhão até 2026. Na cerimônia, o presidente anunciou ainda a ampliação do Sirius. O acelerador de partículas terá novas estações de pesquisa e infraestrutura otimizada.

“Não faltará dinheiro para a educação no país. A educação é o oxigênio que faltou ao brasileiro na época da COVID, a educação é o futuro do Brasil”, afirmou o presidente Lula, ao citar os investimentos nas próximas etapas de ampliação do complexo de laboratórios, ressaltando a sua satisfação pessoal em voltar ao local anos depois de ter tomado a decisão de iniciar o projeto. “Vou andar com a maquete embaixo do braço mostrando para todo mundo. Essa maquete é o Orion, que vai colocar o Brasil na vanguarda. Eu quero agradecer a Deus ter estado aqui em 2008 com o Sérgio Rezende (à época, ministro da Ciência e Tecnologia) e ter tido a ideia de fazer. E, 16 anos depois, estamos de volta para dizer que vamos fazer mais e melhor porque o Brasil merece”.

Participaram da cerimônia os ministros Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Nísia Trindade (Saúde) e Márcio França (Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte) e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

“Considero que hoje é um dia histórico para o Brasil. A pedra fundamental do Orion é um grande passo para a ciência, para a saúde e para a soberania do país”, disse Luciana Santos.

“Vivi com muita intensidade os tempos de pandemia à frente da Fiocruz num momento de negacionismo científico. Todos os países vão precisar se preparar para novas pandemias. O Orion é a nossa preparação para os novos desafios sanitários, além da garantia da nossa soberania”, afirmou Nísia Trindade.

O diretor-geral do CNPEM, Antonio José Roque da Silva, destacou o apoio do governo federal e sua grande alegria em ter conduzido o presidente Lula por uma visita pelas dependências do centro. “O Orion é um dos centros mais avançados do mundo, com tecnologia nacional, um projeto brasileiro, que conecta a ciência básica à aplicada. Esse é o importante DNA desse centro, que liga a pesquisa à indústria”, observou Roque, acrescentando que o foco da equipe de pesquisa é buscar soluções para os grandes problemas do país. “O Brasil tem seus desafios, o mundo tem seus desafios. A nossa visão nesse centro avançado é pensar como podemos participar da solução desses problemas de forma multidisciplinar em temas como energias renováveis, biociências, mudanças climáticas, entre tantos outros”.

Durante a cerimônia, o físico Rogério Cézar Cerqueira Leite, que faz parte do conselho do CNPEM e não pôde comparecer por motivos de saúde, foi homenageado pela importante contribuição que deu para o projeto Orion.

Ao chegar ao complexo em Campinas, o presidente Lula visitou as obras do novo laboratório e de ampliação do acelerador de partículas Sirius. Ele também participou de um almoço no CNPEM com autoridades e representantes do Centro de Pesquisa.


Conheça o projeto Orion
 

O Projeto Orion será um complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos, com instalações de alta e máxima contenção biológica (NB3 e NB4, respectivamente), inéditas na América Latina e as primeiras do mundo conectadas a um acelerador de partículas, o Sirius. Em construção na cidade de Campinas (SP), no campus do CNPEM, o projeto terá ainda laboratórios de pesquisa básica e aplicada nos níveis de biossegurança 2, 3 e 4; técnicas analíticas e competências avançadas de bioimagens; laboratório de treinamento que simula instalações de alta e máxima contenção biológica; setores de conexão com as linhas de luz (Sibipiruna, Timbó e Hibisco), entre outras dependências de apoio. Toda essa infraestrutura estará à disposição da comunidade científica nacional e internacional que atua na investigação de agentes patogênicos (vírus, bactérias, fungos) e seus efeitos para a saúde humana.

Ao possibilitar o avanço do conhecimento sobre patógenos e doenças correlatas, o Orion terá papel fundamental nas ações de vigilância e políticas de saúde e também no desenvolvimento de métodos de diagnóstico, vacinas, tratamentos e estratégias epidemiológicas. O Orion é um instrumento de apoio à soberania nacional no enfrentamento de crises sanitárias, com potencial de beneficiar diversas áreas, como saúde, ciência e tecnologia, defesa e meio ambiente.

Até junho de 2024, foram repassados R$ 240 milhões para o Projeto Orion, somando parcelas contratadas em 2022 e 2023. Estão previstos mais R$ 760 milhões até 2026.


Sirius – o acelerador de partículas brasileiro
 

A primeira fase do Sirius conta com 14 linhas de luz capazes de cobrir uma grande variedade de áreas científicas e que já estão sendo disponibilizadas para a comunidade científica e tecnológica. O Novo PAC, anunciado em agosto de 2023, prevê recursos do FNDCT/MCTI para a Fase II do Projeto Sirius, contemplando a construção de dez novas estações de pesquisa e a otimização das instalações.

Até junho de 2024, foram repassados R$ 2,25 bilhões para a Fase I e R$ 125 milhões para a Fase II do Sirius. Estão previstos mais R$ 675 milhões para a conclusão da Fase II, que totalizará R$ 800 milhões.

As novas linhas previstas permitirão ao Sirius atender a um número ainda maior de usuários acadêmicos e empresariais, ampliando as possibilidades de pesquisa. Além disso, os investimentos na estrutura civil e de aceleradores vão aumentar o número de estações experimentais, otimizando os resultados, já que cada linha de luz opera como uma instalação independente.


Sobre o CNPEM
 

O CNPEM compõe um ambiente científico de fronteira, multiusuário e multidisciplinar, com ações em diferentes frentes do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Organização social supervisionada pelo MCTI, o CNPEM é impulsionado por pesquisas que impactam as áreas de saúde, energia, materiais renováveis e sustentabilidade. Responsável pelo Sirius, maior equipamento científico já construído no Brasil, o CNPEM desenvolve o Projeto Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos.

Equipes altamente especializadas em ciência e engenharia, infraestruturas sofisticadas abertas à comunidade científica, linhas estratégicas de investigação, projetos inovadores com o setor produtivo e formação de pesquisadores e estudantes compõem os pilares da atuação deste centro único no país, capaz de atuar como ponte entre conhecimento e inovação. O CNPEM opera os Laboratórios Nacionais de Luz Síncrotron (LNLS), Biociências (LNBio), Nanotecnologia (LNNano) e Biorrenováveis (LNBR), além da Ilum Escola de Ciência, um curso de bacharelado em Ciência e Tecnologia, com apoio do Ministério da Educação (MEC).

Fonte: Assessoria de Imprensa

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