Queda de custos na indústria marca o mês de fevereiro
A indústria da região mantém, no ano de 2013, resultados positivos nos indicadores de variação de estoque, grau de utilização de capacidade instalada e manutenção dos empregos. No entanto, merecem grande destaque as respostas relativas à diminuição dos custos das operações das empresas (tais como os custos com mão-de-obra, matéria-prima, energia e transporte). A despeito da melhora nesses indicadores, os resultados concernentes às vendas, lucratividade e planos de investimento permanecem estáveis ou ligeiramente inferiores aos meses de fevereiro de 2011 e 2010.
O indicador que busca captar as perspectivas de investimento da indústria na região mostrou um movimento dúbio. De um lado, observa-se que a maioria dos respondentes (59,3%) irá manter ou aumentar o investimento planejado, mas, por outro lado, as empresas que declararam que não irão investir nos próximos 12 meses somaram 33,3% do total, 4,7 pontos percentuais a mais do que o mesmo período do ano passado.
Por sua vez, o indicador de utilização da capacidade instalada apresentou, em relação a fevereiro de 2011, um aumento de 6 pontos percentuais de empresas que atestaram estar entre 50,1 e 80% da capacidade instalada e redução de 3 pontos percentuais das empresas que se encontram com a utilização de capacidade abaixo de 50%.
Esses resultados, possivelmente, estão relacionados à resposta das empresas quanto à variação nos estoques. Isso porque apenas 3,3% do total declararam que seus estoques aumentaram e quase 40% que esses diminuíram.
Os resultados dos indicadores de custos trabalhistas e de custos com energia, água e transporte se mostraram bastante positivos, evidenciando os efeitos do corte nas tarifas de energia e da desoneração da folha de pagamentos realizados pelo governo no período recente.
Com relação ao indicador de variação nos custos trabalhistas de fevereiro de 2013, 81,5% das empresas assinalaram que esses diminuíram ou permaneceram inalterados. Ao mesmo tempo, o indicador de variação nos custos de energia, água e transporte também apresentou melhora significativa, visto ter se elevado em 24 pontos percentuais, em relação ao ano passado, a participação dos respondentes que assinalaram que estes custos haviam diminuído.
No entanto, os resultados na lucratividade de fevereiro de 2013 não foram positivos. Afinal, com relação ao mesmo período do ano anterior, houve uma queda de 16,4 pontos percentuais nas empresas que responderam que sua lucratividade aumentou e um aumento de 11,1 pontos percentuais nas que responderam que a lucratividade foi inferior ao mês anterior.
Portanto, supõe-se que a queda dos lucros tenha ocorrido em virtude do baixo desempenho das vendas industriais no período. Isso porque apenas 25,9% das empresas respondentes declararam que suas vendas foram maiores que as do mês anterior, ante 34,6% em fevereiro de 2012, 34,2% em fevereiro de 2011 e 40,7% no mesmo mês em 2010.
O indicador de variação de funcionários da região apresentou resultado positivo, em consonância com a dinâmica do mercado de trabalho brasileiro. A esse respeito, vale mencionar que a taxa de desocupação de janeiro de 2013 foi de 5,4%, o menor patamar desde o início da série histórica do IBGE (Pesquisa Mensal de Emprego – PME). Na região, apesar do baixo desempenho do PIB, da desaceleração do consumo e da lenta recuperação da produção industrial brasileira, houve aumento de 18 pontos percentuais dos respondentes que assinalaram que este indicador se manteve estável, alcançando 70,4% do total.
Os resultados com relação à inadimplência foram relativamente bons: houve um aumento de 9 pontos percentuais nas empresas que responderam que esta permaneceu inalterada e uma diminuição de 18 pontos percentuais nos respondentes que assinalaram que a inadimplência aumentou.
Assim, pode-se concluir que os resultados apresentados na Sondagem Industrial FACAMP/CIESP-Campinas de Fevereiro de 2013 ainda não foram capazes de revelar uma recuperação incontestável da produção e das vendas industriais, embora a melhora nos indicadores de custos, utilização da capacidade instalada, estoques e manutenção dos empregos sinalize para a retomada dos investimentos no setor industrial da Região Metropolitana de Campinas nos próximos meses.